Jornal A Tribuna, segunda-feira, 1 de julho de 2013 - (C-4)
Ciência Tecnologia & Meio Ambiente
ciencia@atribuna.com.br Ciência
Espécie que habita águas temperadas e tropicais sofre com a pesca comercial nos três oceanos. Nadadeiras são valiosas na Ásia
Lucas Krempel
Da Redação
Um predador dos oceanos corre risco de extinção pela primeira vez na história. O tubarão-martelo-recortado (Sphyrna lewini), uma das dez espécies desse peixe e que está presente na costa brasileira, deverá ser listado nos próximos meses pela The National Marine Fisheries Service (NMFS), órgão federal que controla a pesca nos Estados Unidos. A mesma atitude será tomada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
No órgão brasileiro, uma nova análise feita com 1,8 mil espécies diversas aponta que 137 estão criticamente em perigo, 89 em perigo e 105 vulneráveis. Na última lista, publicada em 2002, esses números apontavam 125, 163 e 330, respectivamente. A versão atualizada será divulgada em breve, mas um pré-relatório aponta que várias espécies do tubarão-martelo estão nela.
São chamados de tubarão-martelo os animais pertencentes ao gênero Sphyrna, que habitam águas tropicais ou temperadas. Em comum, todos possuem uma cabeça com uma extensão plana e lateral, que faz lembrar um martelo. O formato lhe proporciona uma maior velocidade na hora de girar a cabeça e agilidade para caçar suas presas.
Além disso, essa espécie conta com um número grande de ampolas de Lorenzini (pequenos poros), que ajuda a detectar o batimento cardíaco de pequenos peixes ou mesmo uma gota de sangue distante um quilômetro dele.
No Brasil, sete espécies do tubarão-martelo habitam em nossa costa: tubarão-martelo liso, cação-rudela, cação-martelo-da-aba-curta, cação-panã, cação-martelo, tubarão-martelo- entalhado e tubarão-martelo recortado, este último em maior risco de extinção.
De acordo com o biólogo Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de São Paulo, que contribuiu para o estudo do NMFS, o Brasil registrou um aumento significativo na captura do tubarão-martelo recortado entre 1971 e 2009 na região Sul do País. “Uma possível extinção do tubarão-martelo-recortado pode representar um grande desequilíbrio na cadeia alimentar”, explica.
A captura do tubarão-martelo-recortado ocorre por dois motivos, segundo o especialista: acidentalmente durante a pesca comercial de atum e outros peixes ou para atender o mercado asiático. “As nadadeiras dessa espécie são valiosas na China, que as utiliza na sopa, uma iguaria local”.
Além das nadadeiras, o animal após morto tem sua pele usada como couro para confecção de vários produtos e sua carne também é consumida por humanos.
Até o momento não existe nenhuma restrição na pesca do tubarão-martelo-recortado no Brasil. No Oceano Atlântico, próximo à África, uma proibição está em funcionamento, em função do declínio da espécie.
O especialista explica que a National Oceanic & Atmospheric Administration (NOOA), órgão do governo norte-americano que estuda meteorologia, oceanos, atmosfera e clima, dividiu o Atlântico em dois estoques para chegar à conclusão que o tubarão-martelo-recortado está em risco na região próxima à África. mas não em outras partes do mundo.
“Nosso objetivo é acabar com essa linha imaginária. A população que habita a costa africana é a mesma presente na costa brasileira. Temos que colocar todos no mesmo plano”, diz. “Não adianta proibir no Oceano Atlântico. A proibição é necessária nos três oceanos”, completa.
Apesar de ser apontado pelas pessoas como um predador, não há muitos registros de ataques do tubarão-martelo-recortado contra humanos no Brasil. Quando ocorre é para se defender de uma possível caça. O cardápio dessa espécie inclui raias, peixes, moluscos, caranguejos, tartarugas e outros tipos de tubarões.
Pescadores da Baixada Santista conseguem avistar o tubarão- martelo-recortado quando saem para regiões um pouco mais afastadas da praia. Um exemplar do animal, um neonato (recém-nascido), já foi pescado acidentalmente há cinco anos no Canal de Bertioga, segundo o especialista.
Reprodução
Geralmente as fêmeas do tubarão-martelo produzem de 30 a 50 filhotes. Os casos extremos conhecidos são 10 e 82, que nascem com cerca de 45 a 80 centímetros de comprimento. O maior exemplar já medido foi capturado em Cuba com 5,5 metros. O peso de uma espécie de 4 metros varia de 450 quilos a 600 quilos. Esta espécie de tubarão é vivípara, isto é, fecunda os ovos dentro de si. O período de gestação é de 10 a 12 meses.
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7 espécies
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137 animais estão criticamente em perigo, o tubarão-martelo entre eles
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Ciência Tecnologia & Meio Ambiente
ciencia@atribuna.com.br Ciência
Espécie que habita águas temperadas e tropicais sofre com a pesca comercial nos três oceanos. Nadadeiras são valiosas na Ásia
Lucas Krempel
Da Redação
Um predador dos oceanos corre risco de extinção pela primeira vez na história. O tubarão-martelo-recortado (Sphyrna lewini), uma das dez espécies desse peixe e que está presente na costa brasileira, deverá ser listado nos próximos meses pela The National Marine Fisheries Service (NMFS), órgão federal que controla a pesca nos Estados Unidos. A mesma atitude será tomada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
No órgão brasileiro, uma nova análise feita com 1,8 mil espécies diversas aponta que 137 estão criticamente em perigo, 89 em perigo e 105 vulneráveis. Na última lista, publicada em 2002, esses números apontavam 125, 163 e 330, respectivamente. A versão atualizada será divulgada em breve, mas um pré-relatório aponta que várias espécies do tubarão-martelo estão nela.
São chamados de tubarão-martelo os animais pertencentes ao gênero Sphyrna, que habitam águas tropicais ou temperadas. Em comum, todos possuem uma cabeça com uma extensão plana e lateral, que faz lembrar um martelo. O formato lhe proporciona uma maior velocidade na hora de girar a cabeça e agilidade para caçar suas presas.
Além disso, essa espécie conta com um número grande de ampolas de Lorenzini (pequenos poros), que ajuda a detectar o batimento cardíaco de pequenos peixes ou mesmo uma gota de sangue distante um quilômetro dele.
No Brasil, sete espécies do tubarão-martelo habitam em nossa costa: tubarão-martelo liso, cação-rudela, cação-martelo-da-aba-curta, cação-panã, cação-martelo, tubarão-martelo- entalhado e tubarão-martelo recortado, este último em maior risco de extinção.
De acordo com o biólogo Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de São Paulo, que contribuiu para o estudo do NMFS, o Brasil registrou um aumento significativo na captura do tubarão-martelo recortado entre 1971 e 2009 na região Sul do País. “Uma possível extinção do tubarão-martelo-recortado pode representar um grande desequilíbrio na cadeia alimentar”, explica.
A captura do tubarão-martelo-recortado ocorre por dois motivos, segundo o especialista: acidentalmente durante a pesca comercial de atum e outros peixes ou para atender o mercado asiático. “As nadadeiras dessa espécie são valiosas na China, que as utiliza na sopa, uma iguaria local”.
Além das nadadeiras, o animal após morto tem sua pele usada como couro para confecção de vários produtos e sua carne também é consumida por humanos.
Até o momento não existe nenhuma restrição na pesca do tubarão-martelo-recortado no Brasil. No Oceano Atlântico, próximo à África, uma proibição está em funcionamento, em função do declínio da espécie.
O especialista explica que a National Oceanic & Atmospheric Administration (NOOA), órgão do governo norte-americano que estuda meteorologia, oceanos, atmosfera e clima, dividiu o Atlântico em dois estoques para chegar à conclusão que o tubarão-martelo-recortado está em risco na região próxima à África. mas não em outras partes do mundo.
“Nosso objetivo é acabar com essa linha imaginária. A população que habita a costa africana é a mesma presente na costa brasileira. Temos que colocar todos no mesmo plano”, diz. “Não adianta proibir no Oceano Atlântico. A proibição é necessária nos três oceanos”, completa.
Apesar de ser apontado pelas pessoas como um predador, não há muitos registros de ataques do tubarão-martelo-recortado contra humanos no Brasil. Quando ocorre é para se defender de uma possível caça. O cardápio dessa espécie inclui raias, peixes, moluscos, caranguejos, tartarugas e outros tipos de tubarões.
Pescadores da Baixada Santista conseguem avistar o tubarão- martelo-recortado quando saem para regiões um pouco mais afastadas da praia. Um exemplar do animal, um neonato (recém-nascido), já foi pescado acidentalmente há cinco anos no Canal de Bertioga, segundo o especialista.
Reprodução
Geralmente as fêmeas do tubarão-martelo produzem de 30 a 50 filhotes. Os casos extremos conhecidos são 10 e 82, que nascem com cerca de 45 a 80 centímetros de comprimento. O maior exemplar já medido foi capturado em Cuba com 5,5 metros. O peso de uma espécie de 4 metros varia de 450 quilos a 600 quilos. Esta espécie de tubarão é vivípara, isto é, fecunda os ovos dentro de si. O período de gestação é de 10 a 12 meses.
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137 animais estão criticamente em perigo, o tubarão-martelo entre eles
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